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Quando não percebemos mas sentimos intensamente algo que nos é revelado, como agimos? Aquilo que alguns repudiam, outros acolhem profundamente. Porque tão diferentes atitudes? Será que a verdade está apenas num dos lados? seleccione para História e fundamentos
Desde a época do Iluminismo (Séc. XVII) que o Racionalismo trilhou um caminho rápido que viria a definir o método científico. O conhecimento viu separada a Gnose (conhecimento intuído) da Episteme (conhecimento demonstrado). Por outras palavras, o nosso conhecimento renunciou à intuição em prol razão para conseguir cumprir as suas ambições. Vivemos tempos onde se privilegia a ciência, a razão, a linguagem lógica, em detrimento do sentir, da intuição e da linguagem simbólica. Não é por acaso que os elementos presentes nos sonhos são símbolos. A nossa estrutura psíquica assenta na simbologia. A lógica é o resultado da redução do símbolo a algo tangível, para que a razão (consciência) possa processar. Tal acontece através de um processo de interpretação. Embora o significado dos símbolos seja sempre algo que faz parte do inconsciente pessoal, também é certo que eles podem ser herdados do colectivo (a que chamamos de inconsciente colectivo). Aos padrões simbólicos que se notam presentes nesse inconsciente colectivo chamamos de Arquétipos. Estes representam um padrão universal, existente em todas as pessoas, em todas as culturas e em todos os períodos da história. Para que servem então os Arquétipos? Os arquétipos servem, entre outras coisas, para reconhecer os padrões nucleares no mundo em que vivemos. Quando se consegue elaborar um conjunto fechado e complementar destes entre si, definimos a totalidade sobre algo. Por exemplo, na Astrologia existem 12 arquétipos (Signos do Zodíaco) que definem a totalidade da personalidade. Qualquer personalidade tem presente cada um desses aspectos (ainda que mais ou menos). No Tarot Mitológico, é utilizada a sabedoria dos antigos gregos e dos seus mitos. Cada carta representa um arquétipo e o conjunto delas define a totalidade do Ser. O que são Mitos? A palavra mito pode também implicar um esquema ou um plano. As imagens mitológicas são figuras espontâneas criadas pela imaginação humana que descrevem, em linguagem poética, as experiências e padrões humanos essenciais. O mito retracta padrões arquetípicos da vida humana por meio de figuras e histórias. O mito grego é uma descrição imaginativa, sofisticada e eternamente viva do que somos feitos. Foi isso o que cativou a mente na Renascença e o que transpira nas imagens misteriosas das cartas de Tarot, que sobrevivem às mudanças de cultura e de consciência dos últimos quatro milénios. Elas nos remetem aos velhos sistemas de memorização, para o sentido da ligação com os antigos e eternos desígnios humanos. “(…) Quando Jung começou a defender a astrologia, caiu em descrédito, ficou na sarjeta. Isto aconteceu durante a Idade da Razão, quando a Igreja se voltou contra a astrologia porque esta atribuía muito poder às pessoas para pensarem por si. A ciência também a ridicularizou completamente. Descartes e Newton influenciaram imensamente esse período. A determinada altura, na minha opinião, a religião perdeu a sua prova e a ciência perdeu o sentido do sagrado. A astrologia caiu nas ruas e nas mãos de pessoas como Madame LaZonga e adivinhos, e sofreu com tal uma reputação terrível. Mas desde que Jung arriscou o seu pescoço ao defendê-la, foram feitos progressos incríveis. (…)” - Alice O. Howell Carl Jung, foi o Pai na Psicologia Analítica e quem descobriu a existência dos arquétipos. As suas investigações levaram-no a reconhecer a inteligência dos sistemas de arquétipos, tal como a Astrologia ou o Tarot Mitológico. Por ter percebido profundamente a razão da sua existência, defendeu-os contra o preconceito instalado no meio científico e religioso, arriscando mesmo a sua reputação. Os símbolos operam como um espelho da psique. A natureza arquetípica das imagens atinge o inconsciente e reflecte um conhecimento oculto que aparentemente não poderia ser revelado racionalmente. As imagens do Tarot Mitológico foram criadas através da história dos Mitos Gregos e expressam, através de uma linguagem poética, experiências e padrões humanos essenciais.
seleccione para SABER mais sobre o Tarot Mitológico
O que é o Tarot Mitológico e como funciona? Quem primeiro idealizou as cartas do Tarot Mitológico? Quando, onde e com que objectivo? Estas questões permanecem vagas e misteriosas, apesar da existência de inúmeros livros e artigos que tentaram desvendar o segredo que envolve tais cartas. O que faz com que essas figuras exerçam um mágico encanto, inclusive em indivíduos que se consideram racionais e sem qualquer tendência em acreditar nos mistérios do ocultismo? A resposta pode ser, em parte, porque as cartas de Tarot não são "ocultas", ou seja, elas não são sobrenaturais ou mágicas e sim porque se baseiam em algo consistente e com razão de existir: Os Mitos Gregos. "Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo." – Oráculo de Delfos "Conhece-te a ti mesmo" está inscrito por cima do portal do templo de Apolo, em Delfos. O auto-conhecimento foi a primeira máxima dos gregos. Valorizava-se o conhecimento sobre os impulsos interiores, assim como o conhecimento dos ciclos de desenvolvimento da vida humana. Na Grécia antiga, o politeísmo não era visto como agora. Cada Deus representava uma função específica, reconhecível pela humanidade. As imagens dos deuses gregos que aparecem em pinturas, como aquelas de Botticelli e as dos primeiros baralhos de Tarot, eram consideradas símbolos que representavam grandes leis agindo por toda a Criação. A meditação, com essas imagens, destinava-se à recuperação da "memória" do mundo divino da alma, elevando a consciência individual que se achava presa ao mundo superficial da matéria e ligando a pessoa com a sua verdadeira fonte. Os deuses gregos continuam a ser as representações mais fundamentais e precisas que descrevem o funcionamento multi-lateral e multi-colorido da psique humana. Eles são símbolos da própria natureza, a nossa própria natureza humana com sua profunda ambivalência de corpo e espírito. Através da “Jornada do Louco” há uma busca no entendimento no processo de individuação, baseado no momento em que se vive. Dois são os caminhos possíveis para abordar a Mitologia no Tarot. Podemos enveredar pela abordagem histórica ou empreender a abordagem psicológica. No mundo das imagens da psique, as experiências não são ligadas pela casualidade, mas pelo significado e padrões, que não os concretos, que agem dentro de nós. A ligação entre os acontecimentos quotidianos e as imagens das cartas do Tarot não acontece porque as cartas são "mágicas", mas porque há um significado associado ao momento vivido.
Independentemente do que possam ser os detalhes específicos de uma vida individual, longa ou curta, banal ou dramática, boa ou má, alguns estágios estão à nossa espera no caminho do desenvolvimento psicológico. Tais símbolos prestam dignidade à vida, porque descobrimos que outros que lá estiveram antes de nós, encontraram o caminho e nos legaram esse ensinamento através de rituais ou de processos de passagens. O simbolismo arquetípico do Tarot Mitológico espelha os processos individuais que, a par da Psicologia Analítica, mergulham na profundidade do Ser. Esta Workshop tem por objectivo apresentar, através da visão da Psicologia Analítica, os mitos gregos e os seus arquétipos através das imagens do Tarot. Dinâmica: - Apresentação da Mitologia e Arquétipos, através da Psicologia Analítica - Um olhar sobre a Jornada do Louco e o Processo de Individuação - Um passeio através da jornada dos Deuses e Heróis presentes nas cartas - Técnica de Leitura; - Vivências práticas. A Workshop será conduzida por Fátima Ponte
Investimento: 70€ Inscrições limitadas (mínimo de 6 e máximo de 25 participantes) Data: 18/11/2018, das 10-13h e 14:30-17:30h Local: Espaço Amar - Rua Rosa Araújo Nº34 - 5ºAndar, Lisboa
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