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Toda a mente é um vasto universo por explorar do qual somos comandantes no veículo para a descoberta. A consciência do que é conhecido procura sempre aumentar as suas fronteiras pois sempre existe a atracção por aquilo que nos torna mais completos. Todo esse processo existe e é autónomo mas a determinada altura ele pode contar com uma colaboração intencional, que lhe permite uma aceleração substancial.
O nosso inconsciente é de tal forma vasto que a consciência é apenas uma ínfima parte quando comparada em termos de dimensão. Nessa vastidão existe um mundo inteiro de conteúdos que se estivessem disponíveis à consciência, lhe devolveriam uma sabedoria incomensurável. Muitas são as técnicas que existem de exploração dessa nossa parte desconhecida. A meditação, a interpretação de sonhos, a hipnose, a imaginação activa são apenas algumas das vias mais conhecidas e com resultados comprovados na descoberta desses mundos internos. Propomo-nos a apresentar algumas das técnicas que trabalham nesta área. Consideramos a componente prática como nuclear e assim, a explicação destas técnicas sob uma perspectiva científica, far-se-à sempre acompanhar de exercícios práticos que nos podem devolver um outro tipo de experiência que não se confina ao conhecimento da teoria. Esta Workshop é destinada a todos os que sintam o apelo por se conhecerem melhor, pois esse apelo é o gerador dessa chama necessária para acender esse fogo transformador dentro de cada um de nós. É recomendada a quem pretende contactar e/ou aprofundar o conhecimento com alguma técnicas facilitadoras de acesso ao inconsciente, quer em termos pessoais, quer em termos profissionais como psicólogos, psicoterapeutas ou outras orientações terapêuticas. Serão abordadas as técnicas de: - Meditação; - Auto-Hipnose; - Imaginação activa (Personificação de Hans Tendam e Sonhos Lúcidos). seleccione para MAIS informação Sobre as técnicas abordadas
Um olhar mais detalhado sobre esta viagem por "Terras incógnitas” A meditação favorece a introspecção através da abstracção do mundo externo. Muitos são os tipos de meditação que existem e ainda mais as técnicas disponíveis. Abordaremos um tipo de meditação simples, acessível a todos que dispensa adoração, concentração ou qualquer tipo de esforço. O propósito principal é aquietar a mente e torná-la disponível para a aprendizagem. A exploração de reinos desconhecidos da psique continua a precisar de mentes altamente qualificadas para a guiarem. A superação do estigma do oculto conduz por caminhos prismáticos, onde tudo é possível. Entrar nas profundezas do inconsciente, nas múltiplas dimensões da psique, onde além de recursos e conhecimento, se encontra também muito sofrimento reprimido, é pois fundamental saber retomar à esfera do consciente sem efeitos residuais negativos. As técnicas de exploração do inconsciente serão apresentadas em duas categorias: passiva e dinâmica. Na primeira categoria inclui-se a Auto-Hipnose como técnica de integração e consolidação de vivências e na segunda categoria, a Personificação de Hans Tendam, como técnica de exploração, propriamente dita. Ambas as categorias se enquadram no que se denomina de Estados Modificados de Consciência (EMC), ou seja, predomina no encéfalo uma actividade Alfa (8-13Hz) no caso da Auto-Hipnose e uma actividade Theta (4-8Hz) no caso da segunda categoria, sendo que nas técnicas dessa categoria pode, ou não, ocorrer catarse. Na Hipnose Clínica usa-se a sugestão, na Personificação é imperativo nunca se utilizar a sugestão. Personificação A Personificação, é uma técnica que permite uma abordagem mais intensa sobre os conteúdos latentes na mente inconsciente. É uma técnica dissociativa que utiliza a imaginação simbólica para aceder e trabalhar conteúdos do inconsciente. Esta técnica criada e desenvolvida por Hans Tendam, utiliza a imaginação simbólica para aceder e trabalhar conteúdos do inconsciente com o objectivo de materializar uma parte do sujeito, uma dificuldade, uma qualidade. O propósito prende-se com a realização dum Psicodrama do Inconsciente e trabalhar todas as imagens que emergem à consciência sob a forma de projecção, que se podem manifestar num animal, num objecto ou noutra qualquer projecção. A técnica pode ser utilizada para trabalhar situações de conflito interno, de ambivalência, relações inter-pessoais ou um problema em geral e pode servir para, a partir da mesma, se seguir para uma técnica regressiva Empiricamente, consegue-se um melhor resultado para a tomada de conhecimento de partes de nós fragmentadas e bloqueadas e a respectiva transmutação no sentido da individuação. Auto-Hipnose A Auto-hipnose, técnica de auto-sugestão passiva, será utilizada para “recondicionar” os condicionamentos presentes na pessoa e que se configuram como formando parte da sua personalidade. Depois de vivenciar alguns aspectos do inconsciente com a técnica da Persofinicação, utiliza-se a auto-hipnose como técnica auxiliar no processo de integração e consolidação dos aspectos vivenciados e integrados. Ambas as técnicas se afiguram com sendo uma mais-valia comprovada em contexto psico-terapêutico e, quando bem utilizadas, uma excelente “ferramenta” no trabalho no processo de Individuação. O objectivo central da auto-hipnose é trabalhar aspectos da personalidade num estado onde predomine as características geralmente atribuídas à mente inconsciente, para promover mudanças na pessoa. Uma das definições de Hipnose, e por extensão da auto-hipnose, que gerou maior consenso entre os investigadores é a de John F. Kihistrom que a define assim: “A Hipnose pode definir-se como uma forma de interacção social onde um sujeito responde às sugestões administradas por um hipnotizador que provocam mudanças na percepção, na memória e na acção voluntária” - Kihistrom, 1985:385. A interacção neste caso é estabelecida entre a mente consciente e inconsciente. O “hipnotizador” e o sujeito “hipnotizado” são a mesma pessoa. Utilizamos aqui o paradigma tradicional da Hipnose sustentando pelos teóricos do estado, que se enquadra na suposição de que a aplicação das técnicas hipnóticas conduzem a um estado modificado de consciência qualitativa e quantitativamente diferente do estado de vigília. A esse estado de consciência diferente chama-se “hipnose”, “estado hipnótico”, “transe hipnótico” ou simplesmente “transe”. Para se conseguir esse estado, apesar de ocorrer espontaneamente de forma ocasional no quotidiano, usa-se um conjunto de procedimentos técnicos denominados de induções hipnóticas. Existem níveis de profundidade do transe hipnótico que variam entre os níveis hipnóidal, ligeiro, médio, profundo e sonambúlico, sendo o que nos interessa aqui serão os níveis ligeiro e médio/profundo. Depois de se instalar o nível de transe pretendido, verifica-se uma redução na actividade cerebral responsável pela manutenção da vigília do ambiente externo, devido a um aumento significativo da atenção e concentração, esta observação está validada experimentalmente (área do giro do cíngulo anterior). Além de outras alterações ao nível da actividade cerebral, importa saber que algumas funções atribuídas à parte consciente da mente, ficam temporariamente suspensas, permitindo aumentar a probabilidade das sugestões passarem sem filtros para a parte inconsciente da mente, promovendo a mudança pretendida. Sonhos Lúcidos A imaginação é a faculdade que possui o espírito de representar, de formar ou evocar imagens antes percebidas. A visualização ou imagem mental é, segundo Epstein (1989), a mente que pensa através de imagens. Para Achterberg (1985), a imagem é o processo de pensamento que evoca o uso dos sentidos – visão, audição, olfacto, gustação, o sentido do movimento, posição e toque. É o mecanismo não-verbal e não-lógico de comunicação entre a percepção, a emoção e a mudança corporal. As imagens mentais são o conteúdo da imaginação. Não estamos acostumados ao tipo de pensamento por imagens, pois o pensamento lógico ganhou precedência sobre os demais a partir do século XVII. Antes do Iluminismo era normal o conhecimento incluir a Episteme e a Gnose mas desde então e por ser a base da ciência, a Episteme destacou-se em detrimento da Gnose. A metodologia científica clássica fez com que a ciência se afastasse do pensamento simbólico (não-lógico, não-verbal, não-linear). O Sonho é uma experiência de imaginação do inconsciente durante o nosso período do sono. Ele apresenta-se na nossa linguagem nuclear e fora da alçada da razão. Ele se constrói através de imagens mentais simbólicas, que representam significados internos adquiridos. O símbolo, ao contrário da lógica, não se esgota num único significado, podendo apresentar diversas perspectivas válidas que se podem complementar no processo de racionalização. A interpretação de sonhos é a técnica que permite decifrar o seu conteúdo latente, cruzando diversos factores de forma a apurar um sentido tangível para a razão. Freud e Carl Jung consideravam o sonho a mais pura e fidedigna expressão do nosso inconsciente. Acreditavam que através da sua interpretação, se poderiam obter as mais profundas respostas às questões da psique. A técnica dos Sonhos Lúcidos é uma entre muitas no domínio da Imaginação Activa mas aquela que se aproxima mais da pureza do sonho. Ela procura invocar o mesmo mecanismo utilizado pelo sonho com a diferença de se estar acordado. A sua interpretação processa-se da mesma forma que para os sonhos pois os conteúdos que dos Sonhos Lúcidos resultam são o mesmo tipo de imagens simbólicas, que para serem entendidas, precisam de ser interpretadas da mesma forma. Os Sonhos Lúcidos podem contribuir para a resolução de questões do mundo interno com o respectivo reflexo no externo. A utilização médica da imaginação por intermédio das imagens foi comum em várias culturas no decorrer da história. Segundo Carvalho (1994, p.162), “na medicina primitiva, nos feiticeiros ou shamans, o uso da visualização era comum e frequente. Desde as mais remotas informações sobre curas na China, no século XVIII a.C., no antigo Egipto, no Tibete, nos oráculos gregos, na África e entre os esquimós, encontramos relatos sobre o uso da visualização. Asclepius, Aristóteles, Galeno e Hipócrates, considerados pais da medicina ocidental, usavam visualizações para o diagnóstico das doenças e para os tratamentos. Nos indígenas norte-americanos e sul-americanos, o uso das imagens mentais é comum até hoje nos seus rituais de cura”. A Workshop será conduzida pelo Dr. Paulo Nunes e pelo Eng. José Prates
Investimento: 70€ Inscrições limitadas (mínimo de 8 e máximo de 20 participantes) Data: 25/11/2018, das 10-13h e 14:30-17:30h Local: Espaço Amar - Rua Rosa Araújo Nº34 - 5ºAndar, Lisboa
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